19/12/2007

Circuito fora do ar no correio da tarde

Correio da Tarde publicou texto/entrevista sobre o circuito fora do ar.

Cabeças errantes e criatividade latente
Publicado no Dia 18/12/2007Renata Marques


Exibição será amanhã, às 18h, no Setor II, corredor C e sala c6 da UFRNInquietação, criatividade e férias. Dessa combinação surgiu a idéia do Circuito Fora do Ar: Ciclo de Cinema Contemporâneo, que exibe filmes que correm por fora do circuito comercial, gratuitamente todas as quartas-feiras de dezembro e janeiro, no setor II da UFRN, corredor C, sala c6, pontualmente às 18h. O filme desta semana e: Half Nelson.

O evento é uma criação das cabeças errantes e inquietas de estudantes [do setor II da UFRN] e agitadores culturais/audiovisual da cidade e viabilizado pela Lanza filmeZ, GREA e Navis - Núcleo de Antropologia Visual. "A idéia é simples e segue um pouco a fórmula dos cineclubes: unir mentes para discutir cinema, política de distribuição, pirataria, técnica cinematográfica e qualquer idéia fora do ar que apareça. Além disso, movimentamos os corredores fantasma da UFRN no período de férias. Mostrando para muitos que atividades como essa pode trazer estudantes para a universidade e que a diversão/ação começa com as férias.", apresenta Rafael F., graduando em ciências sociais e um dos organizadores da mostra.

Os filmes escolhidos para as oito exibições ou foram tirados de acervos, como do antigo Cine Cuca da UNE, ou recorrido ao arquivo dos magos dos download. "Obedecemos aos seguintes critérios: temas que tratassem problemáticas do mundo ocidental contemporâneo (drogas, violência urbana, relações interpessoais, trabalho, escola etc.) filmes que fossem inéditos em divulgação cineclubista e nos cinemas da cidade, filmes nacionais balanceado com películas de diferente nacionalidades, que propiciasse uma multiplicidade de visões de mundo de cantos diferentes do planeta. Não tivemos muito problema em selecionar os filmes, queríamos experimentar um pouco nas escolhas, importante é estar junto para ver e aprender com o cinema." , detalha Rafael.

A partir dessa iniciativa que tem movimentando os corredores (sem aula) da UFRN, os planos são de reunir pessoas que estejam dispostas a criar no ano de 2008 o circuito universitário de cinema. "Creio que essa ação em parceria com alguns professores, grupos de pesquisa, Cineclube Natal e estudantes consolide para o ano um calendário unificado de exibições dentro da UFRN. O que queremos é criar uma rede de diálogo e divulgação onde o cinema possa contribuir para a formação acadêmica dos estudantes", completa outro estudante de ciências sociais, Pedro Henrique Xavier. Engatinhando no quesito produção e divulgação de cinema, o RN ainda não tem uma faculdade de cinema e recebe um investimento tímido na formação e na divulgação da cultura do fazer cinematográfico. "Espero que em breve esse quadro mude e possamos criar mais e tornar Natal uma cidade de referência na criação audiovisual. Por enquanto o maior problema na cidade é a divulgação do cinema.

Nossas salas de exibição estão todas dentro de shopping centers que cobram um preço altíssimo nos ingressos para uma programação medíocre. De vez em quando driblam os espectadores com um bom filme aqui e outro alí, mas no geral é vergonhoso o que passa nas grandes telas da cidade. Quem tem dinheiro pra gastar nas 'salas-palácios' de cinema?" questionam os estudantes.Qual a saída? Para Rafael F., a solução já esta sendo posta em prática: "Criar um circuito de exibição alternativa. Fortificar o circuito cineclubista, fazer projeção na rua, nas escolas, no centro comunitário, nas associações de bairro, na casa de um amigo.Fazer o cinema produzido em nosso país circular. Sabotar as grandes indústria e dizer não ao que eles estão jogando na nossa cara. Se for para assistir um blockbuster não vá ao cinema compre um DVD "pirata'' ou baixe na internet. Percebo que as pessoas estão começando a se incomodar com essa situação. Algumas alternativas estão aparecendo, cada um no seu segmento, seja na produção, divulgação ou no simples fato de aparecer nas sessões dos cineclubes. Temos muito o que aprender ainda. Mas esperar não adianta, é preciso fazer, buscar, criar e aprender com os erros."

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